Além do dízimo, Deus registrou na Bíblia as ofertas alçadas como contribuições
esporádicas que devem fluir do coração de Seus servos, movidos pelo desejo de ir
além de sua obrigação dizimal, por gratidão, por uma causa específica ou por
uma necessidade extrema de auxílio social.
Observe algumas passagens bíblicas que nos mostram claramente nossas
responsabilidades e privilégios perante Deus, no que diz respeito às ofertas.
No Velho
Testamento:
Êxodo 25-36 - Fala da construção do tabernáculo, ordenada por Deus que atenderia
a necessidade de um local de adoração para o povo que peregrinava no deserto. Deus,
com todo o seu poder, poderia ter produzido do nada uma casa de adoração. Mas Ele
quis que tudo fosse feito com os recursos do povo, entrelaçando a construção
com o dia-a-dia de Israel. Para a construção e para os ornamentos havia a
necessidade de muitos objetos de valor, utensílios, ouro, prata, cobre. O
dízimo estava em vigor, nesta ocasião. Por que Deus não o utilizou para esta
necessidade? A razão é simples: porque os dízimos já tinham a sua aplicação
normal: sustento dos levitas, dos líderes religiosos e manutenção dos atos de
adoração. Então, Deus os chama a contribuir com ofertas alçadas, para uma necessidade
extra.
O princípio básico está colocado no versículo 2: “Fala aos filhos de Israel que me
tragam uma oferta alçada; de todo homem cujo coração se mover voluntariamente,
dele tomareis a minha oferta alçada”.
A versão Atualizada, diz “oferta”. Mas o original (hebr.: T’Rumáh—oferta
alçada, da raiz Rum–oferta) traz “oferta alçada”. Isso não diz
respeito ao valor – se seria pouco ou muito. Representa algo (um bem, metal
precioso, ou dinheiro) extraído do meio do povo que é levantado (alçado) e
apresentado ao Senhor como uma dádiva especial, de forma voluntária. Os rituais
levíticos posteriores tinham as ofertas alçadas, que eram levantadas perante o
altar apenas uma vez, pelo sacerdote, e a oferta “abanada”, que era levantada
ou movida várias vezes perante o altar, representando a consagração da dádiva.
Tal oferta deveria ser voluntária. O texto diz com muita clareza: todo o homem cujo coração se mover
voluntariamente. Esses eram os contribuintes. Eles deveriam trazer ofertas
especiais, de gratidão e reconhecimento, coisas de valor a serem utilizadas nas
necessidades do serviço de Deus.
Os próximos seis capítulos de Êxodo (até o 31) registram em detalhes o
que Deus queria que fosse feito em sua casa de adoração.
No capítulo 35, Moisés chama o povo e lhe passa as instruções recebidas
de Deus. No versículo 5 ele diz: “Tomai de entre vós uma oferta para o Senhor;
cada um cujo coração é voluntariamente disposto, a trará por oferta alçada ao
Senhor: ouro, prata e bronze…”
Mais uma vez, o caráter voluntário da oferta é ressaltado. Nos
versículos 21 e 22, temos o registro da ocorrência das ofertas (recapitulando:
primeiro Deus ordena a Moisés, depois Moisés ordena ao povo e agora, temos o
fato real). Mais uma vez o registro da voluntariedade é ressaltado. Diz o
trecho:
(21) “E veio todo homem cujo coração o moveu, e todo aquele cujo espírito o
estimulava, e trouxeram a oferta alçada do Senhor para a obra da tenda da
revelação, e para todo o serviço dela, e para as vestes sagradas.”
(22) “Vieram, tanto homens como mulheres, todos quantos eram bem dispostos
de coração, trazendo broches, pendentes, anéis e braceletes, sendo todos estes
jóias de ouro; assim veio todo aquele que queria fazer oferta de ouro ao
Senhor.”
O versículo 29 reforça ainda mais o princípio:
(29) “Trouxe uma oferta todo homem e mulher cujo coração voluntariamente se
moveu a trazer alguma coisa para toda a obra que o senhor ordenara se fizesse
por intermédio de Moisés; assim trouxeram os filhos de Israel uma oferta
voluntária ao Senhor.”
Perante essa evidência não podemos dizer que o dízimo é a única forma de
contribuição encontrada na Palavra de Deus. Ofertas voluntárias têm o seu lugar
e são apropriadas em casos específicos.
Uma segunda coisa que aprendemos nesse trecho, é que a voluntariedade da
oferta não significava aleatoriedade. Ou seja, por ser voluntária não
significava que não podia ser planejada. Na realidade lemos, no capítulo 36, v.
3, o seguinte: “…e receberam de Moisés toda a oferta alçada, que os filhos de Israel
tinham do para a obra do serviço do santuário, para fazê-la; e ainda eles lhe
traziam cada manhã ofertas voluntárias”. Ou seja, enquanto durou a
construção, as ofertas eram trazidas sistematicamente, repetidamente, a cada
manhã. Não pense, portanto, que o planejamento e sistematização tiram a
espiritualidade da oferta planejada e dada de coração. Essa sistematização auxiliava
aqueles que davam andamento à construção.
E o resultado foi glorioso!
Veja os versículos 4 a 7, do capítulo 36:
“Então todos os sábios que faziam toda a obra do santuário vieram, cada
um da obra que fazia, e disseram a Moisés: O povo traz muito mais do que é
necessário para o serviço da obra que o Senhor ordenou se fizesse. Pelo que
Moisés deu ordem, a qual fizeram proclamar por todo o arraial, dizendo: Nenhum
homem, nem mulher, faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário.
Assim o povo foi proibido de trazer mais. Porque o material que tinham era
bastante para toda a obra, e ainda sobejava.”
Que coisa gloriosa se Deus movesse nosso povo ao ponto de precisarmos PROIBIR
as ofertas porque já estariam transbordando!
Pense nisso!
Se gostou, deixe seu comentário e compartilhe
com seus amigos nas redes sociais.
E conheça também...
Nenhum comentário:
Postar um comentário