No deserto da crise precisamos reabrir as antigas fontes, sem deixar de
cavar novos poços (Gn.
26.18-22,25,32)
Isaque tem um problema vital no Vale de Gerar - Não
há água. Sem água, não há vida. Você pode ter o melhor solo, a melhor se mente
e os melhores fertilizantes, mas sem água a semente morrerá mirrada no útero da
terra. Sem água, a morte prevalece.
O problema de Isaque não podia ser adiado. Não era algo
secundário. Não era um problema periférico. Requeria uma solução urgente. De
forma semelhante, a nossa necessidade espiritual hoje não é um assunto
secundário. A água é um símbolo do Espírito Santo. Sem o Espírito de Deus, você
pode ter nome de crente, aparência de crente, mas você está morto. A não ser
que nasça da água e do Espírito, você não pode entrar
no Reino de Deus. Sem as torrentes do Espírito, sua vida torna-se árida como os
cactos do deserto. Sem o orvalho do céu, sua vida murcha e seca.
Isaque aprende com a experiência dos mais velhos. Ele
não chama os especialistas para cavar poços, mas aproveita a experiência do seu
pai. Abraão já havia cavado aqueles poços e encontrado água. Precisamos reabrir
as fontes de vida que abasteceram nossos pais. Precisamos redescobrir as
fontes de vida que nossos pais beberam e que foram entulhadas pela corrupção
dos tempos. Os filisteus modernos têm jogado muito entulho
nas fontes que abastecem nossa vida. Precisamos cavar esses poços outra vez. Lá
existe água boa. Lá existem mananciais.
Precisamos voltar às antigas veredas, à prática das primeiras
obras. Precisamos voltar ao nosso primeiro amor, reunir a família em torno da
Palavra, voltar a orar juntos, fazer o culto doméstico. Precisamos voltar a
orar por avivamento, reaprender a jejuar. Precisamos matricular-nos na escola
do quebrantamento, romper com o pecado e buscar uma vida de santidade.
Precisamos apegar-nos com mais fervor às verdades eternas da Palavra de Deus.
Não estamos precisando de novidades, de correr atrás de cisternas rotas.
Precisamos do Antigo Evangelho.
Hoje, na ânsia de buscar algo novo, muitas pessoas jogam
fora toda a herança que receberam de seus pais. Muitas abandonaram as antigas
veredas e embrenharam se por caminhos desconhecidos. Muitas igrejas, na busca
do novo, removeram os marcos antigos.
O profeta Jeremias denunciou aqueles que abandonaram o
Senhor, o manancial de águas vivas, e cavaram para si cisternas rotas que não
retêm as águas. De forma semelhante, muitas igrejas hoje estão buscando
avivamento sem doutrina, revestimento de poder sem as balizas da verdade
revelada de Deus. Por isso, temos visto muito movimento, mas pouco resultado;
muito choro, mas pouco quebrantamento; muito trovão, mas pouca chuva; muitas folhas,
mas pouco fruto; muita aparência, mas pouca realidade. O movimento tem-se transformado
em monumento. A unção está se tornando inanição. A comunhão está virando
socialização. E a adoração está virando encenação.
Isaque não se contentou apenas com as experiências do
passado; ele queria mais (Gn. 26.19-22,32) - Ele
era um homem sedento. Queria sempre mais. Ele saiu da terra dos filisteus, foi
para o vale de Gerar, depois para Reobote, depois para Berseba. Mas, por aonde
ia, cavava poços. Ele não desanimava diante das dificuldades. Queria água no
deserto. Berseba, antes um deserto, agora era uma cidade, porque Isaque
encontrou água ali. Isaque não apenas desentupiu os poços antigos; ele cavou
poços novos. Não desprezou o passado, mas também não ficou preso a ele. Isaque
não jogou fora a herança deixada por seu pai, mas não se limitou a ela. Isaque
sabia que podia alargar os horizontes da sua vida. Não se acomodou e continuou
cavando poços. Foi além. Ele queria mais. Transformou o seu deserto em fonte
de águas.
Precisamos aspirar mais do que os nossos pais aspiraram. As
torrentes de ontem devem ser as medidas mínimas para a busca do hoje.
Precisamos avançar mais do que os nossos pais avançaram. Os recursos de Deus
são inesgotáveis. Não podemos deixar que as experiências do passado sejam o
limite máximo das nossas buscas hoje. Não podemos jogar o passado fora, nem
idolatrá-lo. A história é dinâmica. Devemos viver no presente com os olhos no
futuro.
O exemplo de Isaque deve ser uma inspiração para nós. Não
podemos desprezar o rico legado que
recebemos de nossos pais na fé. Eles cavaram poços antes de nós e encontraram
água limpa. Esses poços foram muitas vezes soterrados com o entulho dos
filisteus. Precisamos desentupir esses poços. Precisamos reabrir as antigas
fontes, porque delas pode jorrar água em abundância.
Nossos pais experimentaram o tremendo milagre de ver o
deserto seco transformar-se em mananciais. Eles cavaram poços e beberam de suas
águas. Oraram e receberam avivamento. Buscaram o Senhor e encontraram
mananciais de águas vivas. Eles viram Deus transformar o deserto árido em pomares
frutíferos.
Nossa geração precisa ter a ousadia de Isaque. Precisamos
buscar não apenas as maravilhas que os nossos pais experimentaram, mas ir
além. Não há limitação no nosso Deus. Ele pode fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o
seu poder que opera em nós. Podemos hoje experimentar as torrentes do céu.
Podemos ser visitados por um poderoso avivamento. Podemos sacudir o jugo da
sequidão espiritual. Os mananciais de Deus são inesgotáveis. As fontes de Deus
jamais deixam de jorrar. O azeite de Deus jamais deixa de escorrer enquanto há
vasilhas vazias disponíveis. É tempo de buscar as riquezas insondáveis do
Evangelho de Cristo. É tempo de ver também o nosso deserto florescer!
Pense nisso...
Nenhum comentário:
Postar um comentário