A
prosperidade é resultado da diligência e da devoção. Não basta ser rico, é
preciso ser próspero. Há muitas pessoas ricas profundamente infelizes. Há
muitas pessoas que não possuem dinheiro, são possuídas por ele. Há muitas
pessoas cujo dinheiro não é um servo, mas o dono de suas vidas.
A riqueza sem Deus é um poço de perdição. A riqueza sem
Deus é um laço do inferno. Não há nada mais perigoso do que o homem pensar que
é autossuficiente. Jesus chamou de louco o homem que ajuntou muitos bens e
pensou alimentar a sua alma por longos anos com coisas materiais.
Jesus contou a parábola do homem rico e Lázaro, mostrando
com cores vivas a medonha realidade daqueles que vivem nababescamente neste
mundo, bebendo todas as taças dos prazeres, banqueteando-se em festivais
repletos de ostentação, sem refletir sobre o destino da sua alma e sem abrir o
coração para assistir o necessitado à sua porta. O rico morreu e foi sepultado.
A morte chega para todos. [...] É o sinal de igualdade na
equação da vida.
O maior drama do homem rico, contudo, não foi a sua morte,
mas a sua condenação eterna. Ele foi para o inferno. Lá teve de ficar em
tormento incessante, separado para sempre de qualquer possibilidade de alívio,
enquanto Lázaro, o homem pobre tomado por chagas que jazia à sua porta, morreu
e foi levado pelos anjos para o Seio de Abraão, para o paraíso, onde não há
dor, nem sofrimento, nem lágrimas.
Feliz é o homem que reconhece que toda a boa dádiva vem das
mãos de Deus. É Deus quem nos faz prosperar. A bênção do Senhor enriquece e
nela não há desgosto. Quando buscamos a Deus em primeiro lugar, ele trabalha em
nosso favor, ele faz hora extra por nós e para nós. [...] Bem-aventurado é
aquele que anseia por Deus mais do que por riqueza, poder ou força. Feliz é
aquele que leva Deus para o seu trabalho e traz o seu trabalho para Deus. Feliz
é aquele que levanta altares para Deus no seu trabalho [...].
No deserto devemos cavar poços e levantar altares ao
Senhor. Precisamos trafegar da igreja para o nosso trabalho com a mesma
devoção. Toda a nossa vida está envolta pelo sagrado. Nosso labor é santo.
Nosso trabalho é santo. Nossa segunda-feira precisa ser tão cúltica quanto o
culto de domingo. Se no seu escritório, no seu balcão, no seu comércio, na sua
indústria, no seu campo, você não levanta altares a Deus, seu culto na igreja
será vazio.
Não é correta a teologia que dicotomiza a vida em sagrado e
profano. Muitas pessoas pensam que o trabalho é coisa secular, enquanto o
culto na igreja é sagrado. Há pessoas que vivem essa dualidade. No trabalho
agem de um jeito, e na igreja, de outro. No trabalho vale tudo, pois ali é um
campo onde Deus não entra. Na igreja, contudo, essas pessoas são legalistas e
aparentemente piedosas. Essa visão da vida é falsa. Antes de Deus aceitar o
nosso culto, ele precisa aceitar a nossa vida. A oferta de Caim foi rejeitada
porque a vida de Caim foi rejeitada. Toda a nossa vida deve ser uma liturgia
de adoração a Deus. Jesus condenou a atitude dos fariseus que eram muito
espirituais no templo, mas no dia-a-dia roubavam das viúvas, desprezavam os
pais e se julgavam melhores do que as outras pessoas.
Isaque nos ensina o princípio de que tudo na vida é sagrado.
Cavar poços deve ser um ato litúrgico. Tudo o que fazemos deve ser para a
glória de Deus. Tudo o que fizermos, seja em palavra ou em ação, devemos fazer
em nome de Jesus, dando graças ao Deus Pai. Devemos trafegar da nossa casa para
o trabalho e do trabalho para a igreja com a mesma devoção. Todo o trabalho digno
e honesto é uma liturgia de adoração ao Senhor. Precisamos, à semelhança de
Isaque, erguer altares ao Senhor enquanto caminhamos, enquanto trabalhamos,
enquanto estudamos, enquanto vivemos. Tudo o que somos e temos vem de Deus, e
por tudo devemos dar a ele a glória devida ao seu nome.
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