Isaque
tinha muitas razões para não fazer investimentos em Gerar. O clima geral era
de pessimismo. O desânimo tomava conta de todos. Talvez Isaque tenha ouvido
muitos afirmando: O lugar aqui é deserto. Aqui não chove. A terra está seca.
Aqui não tem água. Este lugar não serve para agricultura. Qualquer investimento
de plantio não dará certo. Outros já tentaram e fracassaram. Não tem jeito, não
podemos sair dessa crise.
Os
pessimistas só enxergam dificuldades. Olham para as circunstâncias com óculos
escuros. Enxergam apenas nevoeiro no caminho.
Certo
vendedor de uma grande fábrica de sapatos foi enviado para um país da África
para abrir um novo mercado de consumo de sapatos. Ele chegou, examinou cuidadosamente
a região e mandou um telegrama para o diretor da empresa: "Quero voltar.
Aqui não é lugar para fazer investimento. Aqui ninguém usa sapatos!"
Prontamente o diretor o trouxe de volta e imediatamente mandou outro vendedor
para pesquisar a mesma região. Depois de um tempo de análise, o segundo
vendedor enviou um recado para o seu patrão: "Aqui é um campo virgem. Faremos
grande sucesso! Ninguém usa sapatos, todos começarão a usar!" A diferença
entre os dois vendedores era de perspectiva. Um via as dificuldades; o outro,
as possibilidades. Isaque se recusou a aceitar a decretação do fracasso em sua
vida. Ele desafiou o tempo, as previsões, os prognósticos, a lógica.
"Isaque formou lavoura naquela terra" (Gn. 26.12). Ele não ficou chorando por
causa da crise. Não procurou criar razões para justificar o seu fracasso. Não
culpou o sistema nem ficou amuado esperando a situação mudar para começar a
fazer grandes investimentos. Desde que o mundo é mundo, ouve-se falar em crise.
O mundo sempre esteve e sempre estará em crise. A crise não pode ser negada.
Mas os que têm medo da carranca da crise não prosperam. O medroso não investe.
O preguiçoso não trabalha. O incrédulo não espera a bênção de Deus. A crise
pode ser um tempo de oportunidade. O deserto pode ser um campo fértil. Não
adianta culpar o governo, o sistema e as leis. Pare de reclamar. Semeie na sua
terra. Semeie no seu casamento. Semeie na vida dos seus filhos. Semeie no seu
trabalho. Semeie na sua empresa. Semeie na sua igreja. Não importa se hoje o
cenário é de um deserto. Lance as redes em nome de Jesus. Lance o seu pão sobre
as águas. Ande pela fé. Faça tudo o que depende de você e espere prodígios das
mãos de Deus. [...]
Não
olhe para aquilo que o deserto é, mas para aquilo em que ele pode
transformar-se. Veja a vida pelas lentes do otimismo. O futuro não é filho do
acaso; é criado por homens de visão. A história está crivada de exemplos de
homens que plantaram no deserto, enfrentaram a crise e triunfaram em tempos de
adversidade. [...]
Para
prosperar no deserto, é preciso ter iniciativa e criatividade. Quando estamos
vivendo no deserto, precisamos nos tomar especialistas em derrotar crises.
Isaque começou a cavar poços. Ele cavou sete poços e especializou-se no que
fazia. Buscava um milagre, mas pronto a trabalhar até a exaustão. Oliver
Cromwell dizia aos seus soldados: "Confiem em Deus, mas mantenham a
pólvora seca."
Muitas
pessoas querem sucesso sem esforço. Querem prosperidade sem trabalho. Há aqueles
que querem passar no vestibular, mas não estudam. Matriculam-se nos concursos,
mas não se debruçam sobre os livros. Desejam estar empregados, mas não saem de
casa com o sol quente para procurar emprego. São pessoas indolentes, lerdas,
preguiçosas. Querem tudo de mão beijada.
Isaque
cava poços. Ele quer ser próspero, mas não fica deitado de papo para o ar. Vai
à luta, se esforça, faz a sua parte. Ele é bom no que faz. Ele é especialista.
É doutor em cavar poços. Ele prospera onde todo o mundo está passando fome. A
porta das oportunidades abre-se para aqueles que são determinados, que estão
antenados, enxergam por sobre os ombros dos gigantes.
Vivemos
em uma aldeia global. Os meios de comunicação fizeram da nossa sala o centro
do universo. A globalização excluirá do mercado aqueles que não se especializarem.
Precisamos aprender a cavar poços no deserto.
Já fiz algumas viagens para Israel. Em uma delas sofri profundo impacto com o contraste do visual. Viajamos do Egito para Israel, cruzando o inóspito deserto do Sinai. De um lado, estava o deserto seco, morto, coberto de areia e pedras. Do outro lado, no território de Israel, no mesmo deserto, tudo era verde, viçoso, com belas e frutíferas plantações de laranja. Perguntei para o guia turístico a razão do contraste. Ele prontamente respondeu: "Onde tem água, toda a terra é terra boa". Israel levou água para o deserto através de um dos mais modernos sistemas de irrigação do mundo, e o deserto floresceu. O milagre de Deus não anula o esforço humano.
Precisamos nos especializar naquilo que fazemos. [...] Você está se especializando no que faz? Você é melhor hoje do que foi ontem? Você está progredindo onde foi plantado? Você está cavando poços no seu deserto? Você está semeando na sua terra?
Pense nisso...
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